sábado, 8 de outubro de 2011

Ele correu pelos campos e pelos mares. Pelo céu e pela terra.
Mensageiro de Zeus, voava mais rápido que suas asas. Anunciava, bradava, pedia.
- Hermes chegou! - anunciaram as mulheres - Hermes chegou e te chama, Luz.
A menina loirinha levantou-se, cacheando o chão de dourado.
- Que posso fazer por Zeus? - disse com Ares de velha sábia, acostumada a salvar Zeus de suas encrencas.
- Deixa cair o véu. Vai ao chão e volta. Cai ao peito e sofre. Vive branda o caos. - Anunciou Hermes - Hoje é só.
Hermes ergueu o braço direito aos céus e o esquerdo à terra. Lentamente, levitou do chão e se desmaterializou.
- Que quer Zeus comigo, dessa vez? - Luz penou, feixe de Luz.
E disse, assustando-se com o que escapara involuntariamente de sua boca:
- Como pode, Zeus ? Como pode alguém ter tanto sofrimento no peito a ponto de querer acabar com a própria vida? - E sentiu um arrepio percorrendo a espinha.
Proibiu-se de pensar nas semanas que estavam por vir.
Era menina, dissolveu-se em ondas.
Alumiou.
Amém!

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